terça-feira, 22 de novembro de 2011

Atenção: Professor desabafando!

Não vou cair na mesmice e dizer que a profissão de professor é importante e merece ser valorizada. Nem vou defender a deflagração de uma nova greve como estratégia única e legal para essa tão sonhada valorização ou reconhecer os prejuízos que uma nova greve trará aos alunos e à sociedade. Venho somente compartilhar o meu pessimismo e minha decepção: com o governo manipulador, absolutista e interesseiro (há boatos de que o mesmo financiará transportes para que professores do interior possam ir à assembleia votar contra a deflagração de greve); com a mídia comprada, que por interesse próprio, nunca foi a favor de nosso movimento; com o sindicato, que nunca demonstrou estar realmente ao lado daqueles a quem deveriam representar; com a banca de deputados, que se dizem representantes do povo, mas representam somente aos seus escusos interesses; com parte da categoria, que sempre demonstrou um discurso derrotista e preferiu ceder ao seu próprio medo imediatista e pusilânime.
Enfim, tudo isso demonstra o quão enferma e combalida está a educação cearense, fato que se exterioriza na péssima remuneração de seus professores (3000 mil reais? Que piada!), na má qualificação de seus alunos e na "boa" vontade de seu governador, que cria panaceias (computador como moeda de troca?, escolas profissionalizantes que só atendem a um número pequeno de favorecidos) para mascarar  um sistema educacional falido. Vindo ou não a greve, respeito a decisão da Assembléia Geral, que é soberana. E ainda espero por conquistas, pois mesmo que estejamos cansados, a vitória da categoria também é vitória da Educação.

Por Ferdinando Rios

Um comentário:

  1. "Nada é mais importante, portanto, que não seguir como ovelhas o rebanho dos que nos precederam, indo assim não aonde querem que se vá, senão aonde se deseja ir.
    E, certamente, nada é pior do que nos acomodarmos ao clamor da maioria, convencidos de que o melhor é aquilo a que todos se submetem, considerar bons os exemplos numerosos e não viver racionalmente, mas sim por imitação." (Sêneca)

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