quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Para que serve um diploma de licenciatura plena em Educação Física?

 
     Dieta, nutrição, bem-estar, exercício físico, saúde... São termos correlatos (em seus sentidos) e essenciais, (que o digam educadores físicos, nutricionistas e médicos), que traduzem a ânsia de uma geração por saúde e qualidade de vida. Estas palavras e expressões viraram lugares-comuns no dia a dia do brasileiro, que se dispuseram a assistir de bom grado programas específicos sobre o tema. O grau de conhecimento proveniente dos meios de comunicação aumentou de tal forma, que ninguém pode se queixar de ter adquirido as tais doenças da modernidade por falta de informações. Muita vez, ao dar certa aula teórica de Educação Física, algum aluno mais atento adianta-se no conteúdo, relatando que vira tal informação nos programas televisivos que já se tornaram cotidianos em nossa programação.
  
      No entanto, o real motivo destes escritos revela algo que me preocupa e deve preocupar aos demais profissionais da área. Em todas as práticas esportivas e/ou recreativas, dentre as quais atletismo, futebol, boxe e musculação, existem pessoas que, por terem tido exaustivos anos de prática e experiência, acham-se no direito de incorporarem, sem nenhuma base científica, o papel de técnico, professor ou simples conselheiro no assunto. Nas academias de musculação, nicho de todo tipo de absurdos, encontramos tais "doutores" em profusão. É só dar uma pequena oportunidade, que eles logo aconselham a consumir tal suplemento alimentar, a utilizar tal ficha mágica ou realizar tal exercício com tantas repetições. É nesses momentos que me pergunto: Para que serve um diploma de licenciatura plena em Educação Física?

     O deplorável é que, da mesma forma que há pessoas que, mesmo sem o estudo direcionado, mas com 50 cm de bíceps, esbravejam treinamentos estrambóticos (baseados apenas em sua própria experiência), também há as pessoas que atendem religiosamente a estes pseudo-professores-instrutores-herculeamente-hipertrofiados-sem-estudo-acadêmico. Já vi casos em que alunos praticantes da musculação, quase sempre aqueles adolescentes magricelas e espinhentos, preferiram dar atenção aos conselhos impudicos (fisiologicamente falando) de outros alunos mais experientes à seguirem a planilha ditada por um professor formado. Percebam minha indignação: Passamos quase 5 anos estudando anatomia, fisiologia humana, cinesiologia, fisiologia do exercício e treinamento desportivo justamente para termos bases científicas e não errarmos em nossas prescrições.
    
      Por isso, o respeito ao profissional vem acima de tudo. Respeito ao seu caráter e ao seu diploma. Reitero este ponto lembrando que ninguém  vai se consultar com um açougueiro (Já imaginou uma cirurgia no miocárdio feita pelo açougueiro do seu bairro? Consegue visualizar o tamanho da incisão feita por aquela faca gigante?) nem tratar de problemas oftalmológicos com o padeiro. Quando quiser realizar algum exercício físico, esporte ou treinamento físico, procure um profissional devidamente formado e inscrito no Conselho Regional da Educação Física. Ou isso, ou corra o risco de machucar-se seriamente ou cair no canto do "FIQUE SARADO EM 1 MÊS". Tenho dito!
 

Postado por Ferdinando Rios, educador físico, professor do estado e colunista especial (sem recebimento de salários) de seu próprio Blog.



Um comentário:

  1. Conheço inclusive um professor de Física que "receitou" uns exercícios mágicos para "tornear" a cintura...kkkkkk
    Até q esse colunista especial escreve bem!!!

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